segunda-feira, dezembro 19, 2005
Na hora de ir trabalhar, passar, despercebidamente, diante de semelhantes, malha-se na cabeça pensamentos cortados que não se abalam diante de súplicas. O rosto roga por ser a arma, a apresentação contundente cobre uma superfície, sua imagem, a do rosto, é a que primeiro entra em contato com outros rostos e se prepara com segundos infalíveis de antecedência - ou pelo menos deveria ser assim. Há desavisados para com a mascará transparente, mas, sabemos, sempre, existem homens e mulheres que olham-se sem ter o poder de reconhecimento do mito ou de descobrirem-se sob o sentido da visão: os homens fingem analisar meticulosamente enquanto as mulheres miram sem direcionar o olhar. O rosto se reveste, feito de outro material, a cada segundo em tecidos vivazes com bordas coloridas. Expõe-se combinando filigranas com as atmosferas e aqui não se menciona o hálito que seria reflexões menores para com detalhes do rosto . Pretendem, os rostos, um ornamento entre si, uma cópula. Por isso, é muito importante cuidar para que ele esteja sempre visível e inescrutável. Nesta hora recorremos a todos aqueles fundamentos impenetráveis que contém as máscaras e as rodelas de pepinos sobre os olhos.
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