terça-feira, abril 11, 2006

"Confabulando na ÁRVORE"

O sucesso! revelado pelo erro.

Os erros que se apresentam em situações que exijam resultados concretos e constantemente são associados ou tocam em algo íntimo de muitas pessoas, chamado de: Vergonha.
Nas crianças isso não é tão forte, o que permite que errem e logo em seguida tentem novamente até que conseguem realizar seus feitos.
Nas escolas ou todo estabelecimento que se propõe a educar, podemos perceber esses acontecimentos com maior clareza, já que a proposta é de ensino, supõe-se que o “aprendiz” não conhece os procedimentos para conseguir alcançar suas metas. Esse conjunto de procedimentos é conhecido como disciplina, sendo que a palavra raiz de disciplina é de discípulo.
Durante as tarefas recebidas, os aprendizes demonstram suas habilidades ou dificuldades sob a supervisão de seus professores. Cabe a estes professores apoiar e transferir-lhes seus conhecimentos (técnicas) para corrigirem o comportamento, mostrando a técnica adequada para chegar ao sucesso da missão.
O grande problema encontra-se na relação entre pais e filhos. Os pais sentem-se envergonhados ao perceberem ou verem que os resultados apresentados pelos filhos não foram satisfatórios, mexendo assim com o seu “ego”. Os resultados negativos (chamados de erros) destroem a imagem idealizada do filho gerado, trazendo-o a uma realidade que nem sempre se quer ter contato. Passam assim da sensação de pais perfeitos, pois geraram uma criança iluminada, a condição de envergonhados e ridicularizados, por estarem expostos aos comentários que podem sofrer dos demais pais. Tornam-se reativos do orgulho, vaidade e arrogância, pois associam o erro a uma condição de estreiteza mental do filho.
É preciso verificar qual o nível doentio desta relação em todas as situações de relacionamento vivido. Ter a humildade (capacidade de ter um comportamento autêntico sem os valores negativos acima) é necessário para intervir na relação e tratá-la com o objetivo de crescimento para os dois lados envolvidos. O filho é um reflexo do comportamento dos pais (um fruto da árvore) e apresenta os talentos e falhas que se encontram na estrutura de relacionamento vivida.
Ter a humildade não é ser passivo ou ter baixa estima.
Precisamos estar atentos para perceber as nossas falhas, a qual é detectada com a aparição (revelação) dos erros. Este trabalho de auto atenção é de fundamental importância para a correção e processo de aprendizagem. Procurar esconder, maquiar, achar ruim, reclamar e rejeitar o erro ou quem os identifica é o mesmo que pedir para manter-se na ignorância ou trevas.
É claro que eu não quero nenhuma babá vigiando o meu comportamento, como também não quero ser de ninguém, porém dentro dos relacionamentos precisamos estar abertos aos comentários contrários ou objetivos diferentes ao que estabelecemos para a própria vida. Se há um relacionamento é por que há um objetivo comum a ser alcançado pelas partes envolvidas que podem ou não estar comprometidas.
È preciso tratar as diferenças com carinho e atenção. Em outras palavras é preciso tratar as pessoas que pensam diferente com carinho e atenção, pois servem ao propósito de reconhecimento e fortalecimento da nossa própria estrutura. As falhas na estrutura são as causas de nosso comportamento inadequado, ineficiente e limitador. As falhas são como vírus que invadiram e se instalaram em nossa estrutura mental, emocional e física, sendo que precisamos removê-los através da transformação do comportamento, que é a cirurgia necessária para a cura. A esse processo de cura podemos chamar de Misericórdia Divina, pois é onde pedimos força e discernimento para suportarmos esta transição.
Partindo dessa linha de pensamento, a identificação das falhas através de resultados denominado erros, pode ser uma ferramenta de trabalho maravilhosa para aqueles que desejam crescer e prosperar. De novo, não aceitar os erros é ficar à margem do progresso, manter-se na ilusão e prisioneiro do “ego”, tornando-se sem vida, depressivo e profundamente infeliz. O medo de errar paralisa, bloqueia e impede também a chance de manifestação dos talentos naturais que necessitam de situações adversas para florescer.
Alguns erros podem ser fatais, nem o processo de crescimento é somente aquele: “errando é que se aprende”. Cabe a nós analisarmos ou criarmos as situações para o aprendizado da identificação do “medo” existente em traumas adquiridos por resultados negativos, considerados e rotulados como “fracasso”. Assumir esse trauma e dar adeus a vergonha é que nos leva a liberdade e é um exercício de humildade.
Podemos crescer com alegria e felicidade desde que entendamos que elas não representam a falta de obstáculos e sim o ingrediente para superá-los.
Em família, na escola e entre amigos temos maior chance de trabalhar melhor essas falhas. Existe um grau de disponibilidade maior por parte “das partes” envolvidas na convivência. O carinho, atenção e o desejo que o outro prospere une e gera as boas energias para o desenvolvimento humano. Essa é a capacidade que só o ser humano possui. Basta responder apenas: é isto que quero fazer e viver?
O “erro” é o resultado físico da “falha de estrutura” (que podemos chamar caráter). A falha na “estrutura” vem dos “conceitos distorcidos” apreendidos ao longo de muito tempo. Esses “conceitos distorcidos” são frutos de uma leitura “desequilibrada”, influenciada pelo “ego”, de uma situação real em que se viveu, onde o indivíduo se apresenta hoje como a vítima e não responsável pelos acontecimentos ou resultados: chamado de erros. Esses “conceitos distorcidos” foram bem guardados e escondidos na “mente” e até passados para o nível de inconsciente, tal a “vergonha” que se sente ao perceber de sua existência na vida. A “vergonha” é fruto de um “complexo de inferioridade” adquirido pelo indivíduo em dimensões internas de consciência pela própria incapacidade de se manter vivo sem a dependência externa. Dependemos do Sol, da chuva, alimentos e até de relacionamentos saudáveis. O “erro” mexe diretamente com o “complexo de inferioridade” existente no âmago do ser humano.
Os grandes líderes não sofrem nenhum “complexo de inferioridade”. Eles sabem que não têm todas as respostas e aceitam isso com naturalidade.
É preciso ter paciência e humildade. Essas qualidades de caráter são essenciais para que se possa “assumir” a responsabilidade por um fato ou situação com a intenção de resolvê-lo, mesmo que não tenha sido ocasionado por você. Fica fácil de entender que ter paciência não é ser passivo ou omisso, nem tão pouco carregar os erros e os outros nas costas. Paciência é por Paz em si mesmo no momento da adversidade, para aprender a lidar com os pensamentos, emoções, falhas, ideais e etc, inclusive das outras pessoas em nosso redor.
Paciência é atuar com auto controle, você sentirá todos os estímulos que a situação oferece, porém, não agirá (comportará) pela raiva, íra ou rancor e sim pela intenção de restabelecer o equilíbrio, através de uma atitude de ajuste que leve a solução final, com crescimento da consciência e fortalecimento do caráter.
Podemos definir que a “atitude despojada de seu ego” (ego = desejo de levar vantagem unicamente pessoal) identificando e atendendo as reais necessidades, procurando o bem maior, independente de se ter ou não empatia pelas pessoas envolvidas é verdadeiramente a revelação do Amor.
É necessário chamar a atenção para que se entenda corretamente que devemos atender as “necessidades” reais, não as “vontades” de um indivíduo ou grupo.
Uma criança necessita que alguém lhe mostre os limites de comportamento, estímulo para atividades, orientação ou liberdade de expressão, até para que possa errar, aprender a corrigir o comportamento e desenvolver. Muitos adultos não passaram por essas disciplinas, quando digo não “passaram” é porque ainda mantém um comportamento mimado e infantil, atuando com o egoísmo e destruição por onde passa. Como pode uma pessoa sem “valores” conseguir ter sucesso e transmitir algo de bom? Podem até ter uma conta bancária gorda, porém, sabe-se lá como conseguiu isso.
“O sentido da experiência da vida é uma oportunidade para sermos melhores a cada dia”.

Um abraço e boa sorte!
Henrique Andarade

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Caro,

Como é bom ser "rabo de leão" !
Veja se aparece mais por estas bandas, que será sempre bem vindo.

Obrigado.

5:18 AM  
Anonymous Anônimo said...

Veja, Herique.
O camarada lê o debate hermético que o Rufo propos e depois se inspira em sua letras. Legal.
Você é mais um convidado ou agregado?
Bem-vindo.
Tais.

5:27 AM  
Anonymous Anônimo said...

Henrique,

Bem vindo a este mundo virtual. Que suas palavras e lições possam atingir milhares de pessoas e que sejam absorvidas.

Parabens pela coragem de enfrentar mais um limite.

e ... como preciso melhorar estes pontos abordados. Obrigada! O texto abriu novos horizontes.

Bem vindo!
Sandra

9:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

Quando entrevistaremos esse, Rufo.
Parabéns. Tá pipocando.
Herrera

11:33 AM  
Anonymous Anônimo said...

Henrique,

Ler o que você escreve e ouví-lo é sempre estimulante e desafiador.
Sua forma de pensar e agir são educadoras sempre, com você "não se joga conversa fora."
Sempre nos remete a reflexão, mudança de comportamento e a força para agir.
A cada dia, fico mais orgulhosa de estar tão perto desta fonte que é você.
Continue escrevendo e comprtilhando seus conhecimentos e experiências.

Beijos

Maria Antonia

4:27 PM  

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