terça-feira, abril 11, 2006
Deixa pra lá, Rufo. Essa pendenga é inútil. Te conheço e sei que vai prosseguir, porque o que importa mesmo é esse antigo artista, uma descoberta, o brasileiro Guerino Francisco, artista que "desembarcou" da Revolução de 1942, acidentado, e que perdura com grande vitalidade até hoje esculpindo em restos de madeira - "O sonho de velhos equilibristas" e "Elas" -belíssimas- madeira esculpida e que se recusa veementemente a vender ou a expor, se recusa até em considerar para si próprio que seu trabalho tenha qualquer relação com o objeto de arte ou que porte qualquer semelhança com expressividades artísticas. Guerino traz em sua bagagem a vontade de pôr sobre a mesa alguns incômodos que cercam o mundo da arte, como a injusta regra de valores, e os suportes que ela utiliza para se estabelecer. Ele usa a madeira arrasada e nos arrasa com sua expressividade.
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