A concepção de Solanas
O ano é 2003. A coleção Solanas nas Nuvens foi produzida em técnica mista sobre cartão.
Seu temário foi dividido em três etapas sendo que em cada um dos blocos as imagens se repetem buscando, infinitamente, aprimoramento ao se redesenharem.
As características adotadas como valor de concepção nos remetem as necessidades do Barroco brasileiro e de suas sobrevivências através da madeira, do barro e do pó de ouro. Preceitos modernos para o minimalismo brasileiro são inseridos no labor para que se possa atingir o aperfeiçoamento através do recomeço.
Solanas é, originalmente, uma escultura em barro que representa uma mulher que dança. Concebida por uma, também, criatura, sua condição de objeto a leva a sonhar. Solanas é uma escultura que um dia quis ser mulher e que, por esta condição, trás o mundo até suas mãos. Solanas é o feminino que nasce, luta e sonha e como conseguinte se transforma em 68 visões aquareladas de si mesma.
2 Comments:
Sol-Ana sonha, sim, e parece saber que um dia já foi, e ainda é, em parte, feita de pura luz, de um calor que se espalha pelo espaço-tempo... Em seu corpo de barro, como que sobrevivem faíscas de um fogo sagrado azul, e fluxos de energias coloridas, visíveis apenas pelos olhos do artista, tocadas por suas mãos...também barro, também cores, também luz...
Sol-Ana escultura é criatura e fruto de ternura, é mundo de poeiras e estrelas, aventura de viver e recriar... Sente em si a presença das asas invisíveis, que a levam para todos os pontos do planeta azulado, do mapa-mandala, do fruto-esfera da Terra, do próprio cosmos profundo e infindo, em suas íntimas circunvoluções...
Gostei muito desta foto, Rufo, tudo está belo! Beijinhos alados.
Num dia, asas
no outro, pedras
ou pergaminhos
para escrever
pintar espinhos
peles ou pétalas
curvas, caminhos...
Beijos alados, Rufo!
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