segunda-feira, outubro 08, 2007

"O rei, a mulher e o principe"


O enredo que se tece, as imagens que se inscrevem, oriundos do poder criativo, da sensibilidade profusa, do ato de olhar e de sentir as vivências; a entrega ao exercício da arte, que dissemina emoções, sensações, paixões, sentidos, conceitos, novos modos de viver, novos trânsitos, e que comunicam a linguagem universal: a que fala diretamente ao coração. O movimento estético, possibilidade encontrada nestes vasos, me faz lembrar as colocações precisas de Michael Robin, sobre a beleza da arte e o artista: "A beleza natural, que liberta do mal, revela-se ao olhar menos carregado, menos prevenido, menos experiente. Ela nos assegura, contra qualquer desmentido, que existe sentido, que ele não nos é totalmente estranho, é a alma deste (...). Compreender um artista não é ter resposta para tudo a respeito de sua vida e de seu tempo; é ver com ele o que jamais teríamos visto, pois a grande arte é fazer ver. Assim, a razão da arte é não o oculto, o incomunicável, o diferente, mas, o manifesto, o explícito, o universal." Logo é sempre uma dádiva compartilhar desta instrumentalidade cósmica, desta legião de iluminados.

Miriam Lopes

2 Comments:

Blogger ANALUKAMINSKI PINTURAS said...

O belo texto-tecido de Míriam Lopes, sensível, inspirado, atento, aberto (como grandes janelas com cortinas rendadas!), inteligente, ilumina e enleva, e desdobra sentidos, a partir do que escreve, inscreve, sobre tuas pinturas, viagens, inscrições... Sua leitura arguta, inspirada, nos revela algo do além do visível sobre a alma do artista, e também sobre a própria, neste jogo de espelhamento e reflexos de cores e luzes que é a escrita, a arte, a vida do sentir e pensar, do saber... Muito bom re-pousar por aqui, e encontrar este néctar colorido! Abraços alados, a ambos.

8:21 AM  
Anonymous Anônimo said...

Assim está dito: a arte é reverberação, de encantamento, de encontros e descobertas. Ao permanecer diante dela, e vê-la, e senti-la, ora em pinturas, ora em tecidos, ora em escritas, ora em sentidos; a arte então manifesta em suas coloridas e doces palavras, Ana Luíza, evocam em meu espírito, a percepção de finas partículas do fértil pólen, névoa movida pelo vento, pousando delicadamente sobre nossa pele nua, cobrindo-nos, homens e mulheres, com a graça da sensibilidade singular e da gestação de sonhos que se materializam. E entregues ao chamamento cósmico, não somente trazemos à luz as multiformes expressões sagradas do espírito, mas, a perpetuamos na história humana. Eu, você, nós, revelamos este segredo, esta beleza que é a arte, quando a intuímos a partir do nosso corpo, de nossa alma, da linguagem de nossos olhos, e quando a compartilhamos entre nós, quando nos reverenciamos. Está feito: minha reverência aos iluminados que partilham desta linguagem, neste portal sagrado.

Abraços a todos,

Miriam Lopes

12:07 PM  

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