Como eu diria...?!
"Como posso falar sobre Suíte Marinho se alicio e atraio? Como dádiva da criação a suíte se dirige até mim dispensando-me das formalidades que uma empreitada dessas me solicitaria. Atrevo-me a dizer como um alguém falaria da beleza de um clarão resultante de descargas elétricas. Sei que não posso alcançar os motivos a não ser entre duas nuvens; nem posso avaliar as conseqüências de um pintar em brevíssimo período de tempo. Não falo, portanto.Insiste e me pede novamente para falar em quanto vejo combinações de cores para exercer a arte de minha pintura e nela os primeiros sinais do fazer ficar branco aquilo que se insinua e que permanece. Como explicar? Como sugerir o que se volta e se estende mais do que o normal e que não são linhas, e que não são volumes? Iludo-me quando pede-me só para falar sobre isso quando deveria saber cantar. Exprimir-me por meio de palavras em um discurso sob efeito da gravitação onde o tema coloca-se ao centro de influência, onde percebo o sabor da história e sua infinita seqüencialidade que se deve tomar em consideração com mau humor, onde pretendo cantar muito e em voz alta. A arte se faz em blocos históricos consecutivos e esse resultado representa a força que está, em um dado momento, no mesmo local ou recinto. As personalidades vertem conteúdos, o espaço credita vivências, há fluidez de verdades que existem ou sucedem-se no tempo extenso ou nos minúsculos períodos em que se fala. A pintura capta com solidez e manifesto enquanto a palavra com viscosidade de um fluido. Suíte Marinho é tudo isso em aparências generalizadas de pessoas prisioneiras de seu porte, condenadas indefinidamente a sua figura. Suíte Marinho é aquilo que desce movimentando-se elegantemente no espaço emdetrimento do que sobe estabanadamente expondo suas partes mais altas para uma mais baixa, escandalosamente. Sugere os encantos da vida e seus fortúnios. Explicita também os enganos. Não se fala sobre esses temas quando se tem as lindas canções mais abaixo em seu divino repertório."






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