quinta-feira, julho 03, 2008

complexos sentidos

"Não recebi nada anteriormente conforme informei.
Não te enviei nada pois não tinha com o que trabalhar."

Analisando a frase, que quer de inicio como tema, "Transformando idéias em poemas!" adotada, percebo um certo engano na afirmativa. Tento explicar-lhe:
Redigir criando sentidos complexos, ou sem imediata explicação, não se afeiçoa a comemoração de uma entidade criativa séria. Essa fórmula é inadequada, antiquada e amadora, já fartamente usada em muitas outras ocasiões pela literatura desavisada. Digamos que tem suas bases semióticas calcadas em um engano, em um desavisamento, pois em nenhuma situação conhecida idéias previnem poemas, muito ao contrário, idéias expõem e deixam seu criador a mercê da capacidade do interlocutor entender o proposto, as vezes a humanidade leva séculos para compreender uma idéia. A idéia não se transforma em nada pois ela é o extrato de uma captação, de uma intuição. A verdadeira idéia constrange os ditames comuns; expõem seu inventor muitas vezes ao ridículo; após uma idéia todas as trajetórias são mudadas, todos os rumos corrigidos. Portanto a afirmação "Transformando idéias em escritos!" é infeliz no que diz respeito a filosofia que tenta encerrar. É como admirar a beleza de uma flor de plástico atribuindo-lhe predicados da natureza.
A palavra “idéia” tem como fundamento a filosofia. A palavra “escrevendo” e elemento de sustentabilidade com seu conceito nascido na contemporaneidade. Uma criatura com menos de 60 anos de existência tende a pretensão se quiser explicar esse fenômeno.
Finalisando, para extrair-se algo desse caminho deveríamos dizer que “A escrita proporciona idéias iluminadas”. Aí sim poderíamos achar a verdadeira frase para os próximos séculos.
Luiz Carlos Rufo - Debate de Idéias com Taís Wonder Grimme.