Aproxima-se da porta e chama: - Ô de casa! Porém, ouve somente o eco. A porta está aberta. Já não existem mais travas neste lugar sagrado de culto à beleza. A imaginação e a sensibilidade se encontram atribuindo significados a cada obra que nasce.A magia da interpretação é conduzida através do silêncio. Os sentidos são despertos pelas paisagens naturais com suas formas e cores; com nuances efêmeras, mas profundas.Nesta Casa o Ser é livre e imprime sua essência. O espírito está sempre a realizar os arranjos da arte; a emoldurar os passeios; os encontros; os entretenimentos prolongados com os amigos.A presença e a arte revelam as conjugações da pluralidade humana. Ela é a carne e o espírito, o sonho e a realidade, a natureza e o sobrenatural, a vida e a morte. Ela é a fruição, uma espécie de linguagem que evoca o mistério do existir.Nesta Casa, o sublime e o belo são traduzidos pelo artista: verdadeiros transes de revelação. Ele abriga em si mesmo, as vozes do Universo para iluminar suas obras, e os segredos recolhidos estão sempre à espera do desvelar.
Miriam Lopes - "Movimento Poético: Percepções ao Caminhar"
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