O assunto da ARTE precoce e inata povoou minha infância e adolescência, inspirando-me, enriquecendo tudo o que era pobre em meu entorno, possibilitando cores, sonhos, ocupando minha cabeça por décadas com questões complicadíssimas que versavam sobre qualidade das coisas feitas com a mão, fama, aceitação por parte dos que nos afligem, valores, beleza, sedução. Através de leituras diversas e casuais, visitas arranjadas pelo espontâneo das coisas, passei a compreender que a ARTE, também conhecida por mim como um esforço inalcançável de alguém, como por ser de plena formação, assegurando conhecimentos que eu não sabia explicar. A esses usuários da excelência disponível, a qualidade da assistência familiar, e que era bem possível de ser conquistada, não só por mim mas por muitos que conheci, com muito carinho, esforço conjunto e doação pessoal, além de muita, muita dedicação e compenetração. A própria palavra “ARTE” contém um certo estranhamento que muitas vezes vi estampado nos rostos dos que me ouviam atentamente buscando compreender minha função de artífice das ocasiões, pois ela, a ARTE, estava completamente deslocada nesses ambientes, e eu, com maestria natural a evocava. Pois é, evocação, uma palavra que trás em si uma certa novidade que quer, e insiste pelo seu modo quebrado, nos convencer de uma veracidade. Assim eu tentei e prestidigitei a platéia. Acreditar, é sobretudo um termo técnico moderno, um ente de poesia, um nome para se gritar quando vive-se de vender verduras frescas. Não constante em dicionários, acreditar, nesse sentido complexo para designar conquista com qualidade dos argumentos que o rodeiam, é uma palavra que contém múltiplos procedimentos que se descortinam aos poucos, que nos envolve numa aventura de desafios e correções e nos faz compreender e formalizar a melhoria dos processos de nosso trabalho seja ele claro de sua missão ou apenas um impulso. Mas, quero chamar a atenção para a meritória idéia de continuidade que vem, inelutavelmente, embutida nessa palavra para logo além das primeiras conquistas que nos propicia. Uma das condições para a ARTE que, após conquistada, prevalece como suplemento autenticado em cada trabalhador envolvido nessa história, validando seus esforços em todas as fases, exigindo um caminhar atento e contínuo, sem tréguas, que nos levará de pronto a uma nova superação. A ARTE é assim.
Luiz Carlos Rufo - Debate de Idéias com Taís Wonder Grimme.
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