segunda-feira, abril 23, 2007
Meu eterno capitão, homem de terra, olhos de fogo, hálito de mar. Meu cabeça-de-vento. Balão cheio de ar. Por ser apenas sua, em alguns breves momentos, deixo que siga aqui, em uma linha, meus pés tirados dessas maquinetas de pescar, pirogas escavadas com a mão, sinais digitais, sem maiores peixes. Te iludo como as sereias já o fazem, mas dando-lhe uma leve visão de meu cosmo. Sou a corporificação salgada dos cascos. O mal de olhar. De frente resolvi testemunhar musicalmente a minha existência, pois sou peixe em seu aquário, minha festa é linda e modesta, agora completo meus centenários atada as rochas da minha libertação. Daqui te vejo passar. Como é lindo. Que vôo maravilhoso de pombos, meu eterno capitão.
(Luiz Carlos Rufo - trecho de "Navegar a nudez")
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