domingo, julho 06, 2008

"A Casa, fotogrametrada"

Temos a força do leão? Sim, sei que temos. Para registrar basta-me um clique, apenas um. Caso o perca, tudo se foi. É assim na Casa. Lá onde a arte habita. Tento orientar-me pelos acontecimentos, mas é tudo em vão. O acaso funciona melhor, Chego clicando pois tudo está lá. Sempre novo, sempre inusitado, sempre muito do que acabo perdendo, estranhamente, me orienta para que eu esteja lá.
Acompanho a Casa. O leão me acompanha, pois é assim que compreendo a força emprega da na captação de uma imagem. Se a perco fico sem folego para as próximas. Antigos trabalhos chocam-se com os novíssimos que revesam de lugar. Esses trabalhos saem dos pacotes para a parede; da parede para os pacotes; dos pincéis para as telas e eu estou lá para clicá-los, para eternizá-los em seus muitos momentos novos. Essas imagens mudam de lugar mas eu as persigo. Elas brincam comigo, sei disso. Aparecem e se escondem, mas não escapam. Não conseguem se ocultar de mim, pois sou agente dessa história. Sou a fotografa da casa.
Mira Serrer Rufo- Debate de Idéias com Rufo: "A Casa".