sábado, fevereiro 25, 2006

Herrera entrevista Rufo

Leia texto do imaginário do artista e entrevista, produzidos por Herrera, clicando no link.

"Douglas Norris"

"Olhar, apreender, sem consumir."

"ELE, ARTISTA"

A exemplo de Mestre Guerino, o também superlativo artista Douglas Norris, 83, vive recluso em sua residência atelier abstraido em seu singular e rico universo de arte. Artista soberano faz e desfaz, através de sua técnica sensivel e emoção abençoada, todas as artes em território onde o mercado inexiste e é impronunciável.
LCR

Acervo Douglas Norris

A arte unicamente como criatura do seu criador, imune à indústria da cultura e ao eixo dos grandes centros de comercialização. Distante das bolsas, dos marchands, da volúpia interesseira dos colecionadores, das galerias e dos vernissages. A Arte Desconhecida, que prescinde da mídia e onde seu criador reina, imperturbável, mantendo-a sob seu domínio. Arte que é, simplesmente, linda de se admirar.
Luiz Carlos Rufo

"Fragmentos do artista: Douglas Norris"




Sob o manto de emoção ímpar fomos recebidos por Douglas Norris no portão de seu impenetrável (pelo menos para os comuns dos mortais) atelier, chamado por ele de “necrotério”. Nada mais inadequado, pois seus olhos azuis, que flutuam sob a luz emitida pela vasta barba branca que lhe emoldura os mais 80 anos, estão repletos de muita vida. Ouvimos suas histórias com muita atenção para bem aproveitar tão rara oportunidade. Vimos muitos desenhos, esculturas, gravuras, tanto dele como de outros importantes artistas, como “Bonadeis” e “Raphael Galvezes”, de seu acervo particular, para citar dois importantes contemporâneos, presentes em seu depoimento e espalhados por sua sala. O fato de presenciarmos tamanha vitalidade em Douglas nos fez constatar, e vivenciar, que em seu “necrotério” só existem coisas especiais e muito vivas, como ele próprio demonstrou ao relatar, visivelmente emocionado, o busto de “Douglas Norris” esculpido em bronze pelo importante artista, e amigo e mestre, Raphael Galvez. (Raphael Galvez - São Paulo, 1907/1998).

Acompanhe trechos da fala desse maravilhoso artista brasileiro na “ÁRVORE 6.3.7”:

“Há muito tempo guardo em minha lembrança um amigo. É muito difícil falar sobre o Raphael Galvez, que não só me ensinou a pintar como também a cultivar o caráter de um homem de artes. Devo muito a ele. Quando ele fazia uma pintura era como se eu mesmo a tivesse feito; quando eu trabalhava em um desenho era como se fosse dele, tamanha nossa integração. E assim foi a vida toda, uma coisa muito bonita, muito pitoresca. Éramos uma mesma alma, sinto muito sua falta”.
“Há cinqüenta anos passados um amigo meu perguntou-me se gostaria de conhecer um grande artista.O encontro se deu na maravilhosa região que era o Vale do Anhangabaú. Começamos a conversar. Perguntou-me de pronto se gostava realmente de pintura, daí iniciou-se nossa grande amizade. Foi Raphael quem me deu o primeiro papelão para pintar e cujo resultado guardo até hoje. Certa vez apresentei-lhe uns trezentos desenhos, ele olhou apenas dois e disse que já havia visto todos. Intrigado perguntei o porquê dele excluir tantos outros e qual a razão para não olhá-los. Sua explicação foi a de que ‘A vida é um momento, toda hora é um momento, ela muda sempre e quando você me trouxe todos esses desenhos trouxe-me uma coisa só. Vendo estes dois já conheço todos’. Diante disso só me restou desenhar ainda mais. Achei isso formidável!”
“Uma injustiça grande quando falam dos artistas do passado e não citam o Raphael Galvez”.
“Eu fui atleta da luta livre. Quando as pessoas me viam desenhando zombavam dizendo ‘Como? Um lutador desenhando e pintando?’ Um dos meus amigos quando descobriu que eu era pintor quase morreu de tanto rir.”
“Só fiz duas exposições na minha vida: uma para Zuleica, minha esposa, e Igor, meu filho. A outra foi para o meu grande mestre e amigo Raphael Galvez. Embora tivesse chance de fazer outras, não quis. Preferi me recolher, fui desenhar, pintar, uma luta danada. Muitas vezes pegava o meu cavalete e saia ali do Paraíso e ia até o Eldorado para ficar ao sol desenhando, pintando naquela região que era realmente uma beleza. Já passei até fome para poder comprar material. Sem tormento não existe arte.”
“Tenho mais de 80 anos e não fiz nada ainda. Estou engatinhando. Escrevo e desenho muito. Tenho que deixar registrado alguma coisa, conheço muito da alma humana”.
“Aconteceu na favela uma passagem muito bonita na minha vida. Eu estava pintando, fazendo uma panorâmica da favela Vergueiro, já estava ali há muito tempo, quando escutei passos. Percebi um vulto que parou um pouco atrás de mim e uma mão negra depositou bananas ao meu lado e afastou-se sem dizer palavra. Senti que ainda havia humanidade, alguém desconhecido se preocupou com meu bem estar”.
“Perto do Rio Tietê, retratei uma garotinha de nome ‘Ondina’. Um rapaz, de pouca fala, ficava nos observando, o convidei para ser retratado. Um dia a bonequinha da menina caiu dentro do rio e o rapaz, mesmo vestido, pulou dentro do rio para salvá-la. Voltei lá diversas vezes para desenhar, descobri que aquele rapaz era bandido. Ondina me deixou a boneca de presente e o rapaz, seu isqueiro. A arte muda tudo.”
“Bonadei (Aldo Cláudio Felipe Bonadei - São Paulo 1906 / 1974) pessoa muito modesta, viu um dos meus desenhos e o pediu emprestado. Fui até sua casa para buscar o tal desenho, mas ele não devolveu argumentando que agora o desenho passara a ser dele. Insisti que queria o desenho de volta, ele sugeriu uma troca: um quadro dele em troca do meu desenho. Vi a pintura de uma ponte e a escolhi, uma pintura muito espontânea”.
“Hoje minha esposa pergunta o que vai ser das obras mais tarde, mas eu digo para ela não se preocupar com isto agora. A sabedoria é a coisa mais importante da vida mas não é tudo, a sensibilidade caminha junto com a sabedoria.”



quarta-feira, fevereiro 22, 2006

"1970" em breve na "ÁRVORE"

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

"FRANCISCADA"

“FRANCISCADA” cerâmica pintada - 30x20x30
Gabriel Rufo - ZUMBIDO - Prados MG

"NEGRINHA"

“NEGRINHA” cerâmica pintada - 80x60x40
Raquel Ciochetti Pestana - Prados MG

"MATER"

"MATER" Pedra sabão - 2006 - 80x60x30 - Luiz Carlos Rufo

"PASSA TRÊS"

“PASSA TRÊS”
Placa alto relevo com original em cimento armado - 60 x 40cm
múltiplo em gesso, acrílico e resina.
Tiragem de 16 peças para cada uma das técnicas.
Luiz Carlos Rufo/Proscenium

terça-feira, fevereiro 14, 2006

"ELEFANTE"

Por onde alguém deve seguir

Um violino toca fora de hora e de lugar. Tenho uma gentil lembrança de observações que ocorreram lá pelos anos de 1964, quando ainda tinha oito anos. Esse filme lento que ocorre em contínuas sessões em algum canto do meu cérebro ou de meu coração, às vezes um, às vezes o outro, entrecortado por rasgões escuros que se sobrepõem as imagens me diz, em uma mistura de perversos odores e sons longínquos que não mais posso definir, mas que sempre se insinuam doces e coloridos nos plásticos do céu, do tingido do chão vermelho e esvoaçante, da luz fluorescente na varanda de minha casa – uma novidade para os meus olhos - me ensinaram o caminho para a vida, ou melhor dizendo, minha maneira particular de perseguir essa vida. Essas lições as apreendo por fidalgos instantes. No ofício que construí a partir de tentativa e erros, inclino-me, inexoravelmente, sobre materiais diversos e neles imprimo o que desejo, o que intuo e o que, certamente, nunca compreenderei e que vêm aparecer em formas e cores. Da neblina espessa das manhãs solitárias de minha infância, movimentando-se lenta por entre os montes e casas simples, que admirava caminhando em direção a escolinha de madeiras verdes, aprendi muito sobre a vida. Aprendi como ama-la sem pensar, como compreendê-la sem explicar, como acreditar em sua existência sem a necessidade de comprová-la, tão simplesmente como a lição da professora que cantava em classe “antes do ‘p’ e do ‘b’ temos ‘m’.” Os acontecimentos se sucederam como páginas folheadas em um livro escrito. Os formatos da vida insinuaram-se categóricos em suas sensações, massas e fluídos. Muitas vezes, quando não estou ocupado com inúmeros afazeres, fico livre e relembro daqueles coloridos; daquela luz fluorescente brilhando, tímida, na escuridão do quintal; da terra fresca e molhada pela neblina insistente naqueles anos, assim e dessa maneira meus olhos ficam aguados e me acalmo. Nesses momentos sei que ouço, que vejo, que sinto, sei que cheiro com o nariz apenas com o poder de lembrar, mas ainda não compreendo para que tanta vida e por que me alegro com ela e aceito suas tantas quantidades.

"NO JARDIM"

NARCISO BARQUEIRO– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

CRIAÇÃO– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

DAS DELÍCIAS– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

domingo, fevereiro 12, 2006

exposição "NO JARDIM"

"Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis." Genesis

"NO JARDIM"

A queda– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

Expulsão do paraíso– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

No princípio criou Deus os céus e a terra.– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

Serpente tentação– acrílica sobre tela– 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

O segredo da esfinge – acrílica sobre tela – 60x80 – Luiz Carlos Rufo

"NO JARDIM"

O martírio de São Jerônimo– acrílica sobre tela – 60x80 - Luiz Carlos Rufo

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

"CINQÜENTENÁRIO"

"LES AMOUR DES CENTAURES"



-'Esta cumplicidade é Divina.'
-'Sei interpretá-la por te conhecer tão bem e...'
-'Preciso acreditar nisto um pouquinho. Convencido a fé...'
-'Aquelas longas conversas (lá-lá-lalá) tinham que deixar frutos.Tinham?'
-'Nosso relacionamento, um tanto diferente, que faz conhecer, é uma especiaria! Entre qual cravo e canela empregadas para realçar o gosto ou adicioná-los.'
-'Para ficar alguma coisa para ser dita e você continuar, imaginária.'
-'Que delícia saber das saudades e dos sonhos que não eram só meus.'
-'Esta sua encantadora. Esta culinária.Uma, melhor, orientação para os cozinheiros.'

I - Murna e o Centauro - Um monólogo.

'...você sabe que em nossa coleção, a de nós dois, falta seu retrato? Estimulante? seria pintado a dedo, a pata, fotografado em passe de mágica, com muitas cores, sempre sobre o azul, refletindo sua música, aquela em que você chora, e seu modo de olhar, aquele olhar que instantaneamente me lembro e que em seguida se foi por julgar-se ou pensar-se possível ou provável. Nas muitas folhas de papel algodão espalhadas sua imagem, através da aguada, se materializaria, em poucos cliques - leve e nítido - ou clichês -gravada fotomecanicamente em relevo-, aos poucos, sem muita pressa ou nenhuma, dissipando de vez aquele sonho de perda onde eu queria, procurava mas o desenho não se fazia, a foto não se revelava e alguém tinha o dever de levá-la, você, dali e, eu, o de me afastar. Por você fazer tal distinção, ter tocado nesse assunto, você gosta de falar - meu texto e sua imagem -, percebo que falo com você, temos o poder de falar, você fala comigo, mas só agora me certifiquei de eu e você falando. De você e eu. Tanto tempo, mas também, tempo nenhum. Eu escrevo como contraponto, contrapeso, você sabe. Sabe? A imagem captada se faz num mundo incompreensível,esse mundo de qualquer um, é relato do pós, do depois, do por vir, sem pensar. Areja, expande e desilude. Seu sentido, o de você e não o da imagem, torna-se, de alguma maneira e repentino, o meu. Seu retrato, que sei que farei, sempre o fiz, misturasse ao que sinto de mim, ao que lembro em você, e essa sensação não tem gosto nem cheiro, o gosto e o cheiro é de outro momento, um novo momento, a imagem não, ela, a imagem de você, é a da eternidade. (...) Seus textos ou colóquios são isentos de matérias estranhas compensando e até moderando aquela uma força oposta ou, quem sabe, até, um outro peso.'

II - O Centauro - Encantamento, laços e recursos que se atribuem a um traçado.

Seu fictício, sem ser enganoso, são atributos pertencentes ao domínio de minha imaginação, sempre fez parte, integral, do meu. Tenho rascunhado muito. Tenho feito descrições extenuantes de paisagens e sonhado com escritos antigos e muitos deles indecifráveis como os sabidamente prevalecentes de influências de negros, sergipanos e turcos. Tenho muitas referências persecutórias desse mundo enlouquecido. Uma delas, especialmente, sua. Há considerações em livros que talves ainda estejam em construção e com suas publicações prevista para alguns meses destes anos em que vivemos, lançamentos conjuntos, traduções para línguas distantes como exposições de coleções de aquarelas para japoneses - vi umas 40 ao todo que se intitulavam "A mais querida" ou as referências relacionadas à formação do povo brasileiro, miscigenada por índios, negros e brancos. O livro não acompanha o tema, longe disso. É, precisaríamos de produções totalmente diversas como se fossem dois de mim, ou de nós. Uns quatro. Apenas, acho eu, que muito se dá em proveito da verba gasta com divulgação. Sei que me entende, qualquer um entenderia.
Falemos do livro. As "folhas volantes". Um texto longínquo, persistente, impertinente e desafiador me açodando. Dois ilustres e amados folcloristas brasileiros, Luis da Câmara Cascudo e Manuel Diéges Júnior, você conhece? já leu? trouxeram, contribuição ao problema da origem da nossa literatura de cordel. Já parou para ler? Cascudo, em vários ensaios e livros, sobretudo no seu "Vaqueiros e Cantadores" e "Cinco Livros do Povo", e Manuel Diéges Júnior especialmente no ensaio "Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel" nos mostraram a vinculação dos folhetos de feira, a partir do século XVII. Como essas coisas são ditas em restrito. Assim me animo. Desenrolo o que é de minha intenção.
"Vinda de lá, a brisa azáfama, me surpreendeu: ela estava junto. Seu sabor de princesa eu conhecia. 'Me apaixono antes de saber' dizia sem relutar. Relembrava sem apreender, sem me ater, sem aprisionar. Era diáfana a lembrança".
Muito bem. Há dezenas de trechos como o acima, trechos sem liga, sem entrelace, sem enredo. Como isso poderá explicar alguma coisa? Tomam parte de um anseio em descrever o que já não pode ser apreendido. Mas são, insistentemente, parte integrante do livro. Ou seja, uma proposta sem solução. Uma obrigação com os mandos de uma obra zombeteira. Manobras burlescas, isso sim. Só as ilustrações poderiam orientar melhor. De fato, como você é a fonte distante de tamanha eqüissonância, dona de um lugar heteróclito da minha parca imaginação, creio, tem um dever a cumprir, desvendando, para mim, nuances desses trechos. Pode ser com poucas palavras, o que importa é a guia. Não acha? O fio de Ariádne ou os caminhos de Lampião Virgulino invadindo a Bahia como saída para seu labirinto ou, quem sabe, até, entalhes organizados de José Francisco Lisboa feitos sema presença de seus dedos. Quem sabe? Quem sabe? O fio condutor. O fio para estabelecer realizações e avaliações de algo que se propõem adverso ao projeto. Para salvá-los necessito criar uma norma. Precisaria já que seu tempo é, como me disse, escasso. O que tenho a dizer é o que muitos dizem que a arte cura ou tem cura. Sem dúvidas. Quantas são? Existem exemplos. E também, por assim dizer, não tenho pressa alguma: sei que vai me ajudar.

III - Murna - Resultado final. O arremate para pontos de vista.

Aludimos ao destino das personagens mais importantes da ação, depois de ocorrido o desenlace, não revelaremos fatos posteriores à ação para completar-lhes o sentido ou a falta dele. Prefiro chamá-lo assim agora. Você se importa? Personagem. É mais forte, mais fiel. Reflete melhor esta sua encantadora - fixei-me no termo- maturidade profissional e pessoal que sinto presente em muitas obras por aí e por conseguinte em suas palavras. Lembra-se da nossa em seu escritório, por culpa de não sei o quê nem causa? Quase destruí seus equipamentos, sem querer, é claro e compreensível. Jamais faria isso! Agora, como você consegue me perdoar? E mais, ainda me envia um pedido seu. É, veja só que distância separa nós mulheres práticas de vocês homens resolvidos. Quem diria! Bem, mas nem acho, deveras, que seja muito esse o nosso caso. Então...vou responder parcialmente porque notei que você está com pressa e para mim suas empreitadas traduzem uma dicotomia que por um lado as formas são sutis e pouco definidas, nada palpáveis, e por outro os argumentos me comunicam algo multicor, iridescente, sensivelmente forte, como um Mozart saltitando. Real, isso sim...real. Fico, pretensamente -lógico- achando que sei como interpretá-las, já, por conhece-lo tão bem e um pouco, mais até que muitos, tão bem. Tenho aqui duas pretensões imperdoáveis, primeiro achar que possuo a verdade sobre alguma coisa, segundo é achar que te conheço tão bem. Demais. Mas, neste momento, acho eu, que preciso acreditar nisso um pouquinho. Um tico. Aquelas longas conversas no passado tinham que deixar alguns frutos.
Bom, pensando, de qualquer modo, estou adorando. Você não acha que nosso relacionamento, um tanto diferente, é especialíssimo? Responde, tá? Já presenciou mosaico sem figuras orgânicas, só aquele amontoado de geométricos de quem não tem idéia melhor, sem figuras humanas - que crime - apenas na contraposição da luz externa do sol? Ou na frente do sol. Eu trocaria essa experiência em uma tarde tranqüila de não ter o que fazer por aquela mediocridade que são a maioria dos contatos e relacionamentos. O azulado de Dom Bosco, por exemplo...conhece? O azul mesmo considero frio representa a fidelidade e delata que as cores influenciam em nossas vidas provando que tem sentido dizer que o vermelho púrpura existe para delatar um vinho ainda muito jovem. Não vou responder mais do que isso para ficar alguma coisa para ser dita posteriormente e ter uma desculpa apara continuarmos, e você continuar com sua argumentação. Essa é a vida, o sumo e não o bagaço. Não? Que delicia saber da saudades e dos sonhos que não eram só meus. Essa cumplicidade é divina.
'dentre muitas tarefas que organizo, observo, repenso e tenho prazos para terminar, está você. Lembro-me que serei observado daqui a muito tempo, como é do costume de nossa sociedade dentro de suas infinitas responsabilidades, mas sempre deixar de me responder. Vamos nos apressar lentamente.'
Separei, por quanto termino as tarefas que me impus, que estou para você assim como o desejo, oriundo de um sonho antigo -época em que muita saudade de você mesmo convivendo ao seu lado diariamente (essa é a época mais viva para mim), juntamente com tarefas novas que evocam sombras e tentam relembrar sua luz. A lembrança de você é como a desses heróis antigos que habitavam montes magníficos e tento, incansavelmente, desvendá-la.

IV- Poema.

Vou contar uma história, primeiro para a natureza verde, para que contem para as colinas mineiras em azuis sem fim e um pouco mais, para que o vento espalhe, com aquelas nuvens em flocos branquíssimos, ah! cor branca é maravilhosa. é expressiva, e você saiba que há uma melodia nesta história. Não fuja de quem você presenteou mesmo sendo uma moça que quando ouve, também canta. Minhas respostas a suas perguntas são as de que saúde não separa e doença é dica. Uma separação do todo, do eu, as vezes vem da solidão. Mas as palavras me curam. Seu imaginário é Divino. Me cure com sua palavras. Ouviu? Elas curam dependendo que quem a s professa. Como você bem sabe e provou sou mulher, não homem.
Por ser mulher não consigo, por mais que me esforce, produzir palavras que curem, como fazem tão bem as suas. Apenas os gestos funcionam em nós, só assim, gestos, evocamos poder.Continuo encantada!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

"SFERA MASCHERATA" - desenhos 2006



“Superamento dei termini nell'arte visiva dove una forma può rappresentare solo un pretesto e dove può convivere tutto-dalla provocazione-all'astratto-all'onirico-alla poetica che intendo in termini non prettamente formali, ma personali.”