quarta-feira, dezembro 28, 2005

ANJOS, ARCANJOS e QUERUBINS

segunda-feira, dezembro 26, 2005

EXHIBITION LCRUFO

HISTORICAL MONUMENTS

OD-Arts

LES AMOURS DES CENTAURES

LES AMOURS DES CENTAURES





























Coleção "Les amours des centaures" ano 2002
ecoline sobre papel algodão
120 x 100cm

LES AMOURS DES CENTAURES

domingo, dezembro 25, 2005

Solanas

Solanas nas Nuvens - escultura

Concebendo Solanas



















O ano é 2003. A coleção Solanas nas Nuvens foi produzida em técnica mista sobre cartão.
Seu temário foi dividido em três etapas sendo que em cada um dos blocos as imagens se repetem buscando, infinitamente, aprimoramento ao se redesenharem.

As características adotadas como valor de concepção nos remetem as necessidades do Barroco brasileiro e de suas sobrevivências através da madeira, do barro e do pó de ouro. Preceitos modernos para o minimalismo brasileiro são inseridos no labor para que se possa atingir o aperfeiçoamento através do recomeço.

Solanas é, originalmente, uma escultura em barro que representa uma mulher que dança. Concebida por uma, também, criatura, sua condição de objeto a leva a sonhar. Solanas é uma escultura que um dia quis ser mulher e que, por esta condição, trás o mundo até suas mãos. Solanas é o feminino que nasce, luta e sonha e como conseguinte se transforma em 68 visões aquareladas de si mesma.

Dez Marias























“Inesperadamente, lá estão, em seu olhar, provando-se na aparição e no sagrado.”

quarta-feira, dezembro 21, 2005

AQUARELAS DE ÁRVORE "6.3.7"

ÁRVORE "6.3.7"


Posso dizer que Árvore “637” – se diz “meia, três sete” – é um tesouro em arca.
O tesouro foi construído antes. A arca veio depois por necessidade de agregação, segurança e identidade semelhante as riquezas adquiridas com esforço, submissão e sorte.
Os desígnios de um empenho magnânimo em zir uma série inesgotável de imagens, ofereceram farta energia para o desenrolar tranqüilo dessa aventura pautada por múltiplas cores, engenho para o suporte, nesse caso o papelão, empurrando-me para o cerne do tema: árvores. Iguais como árvores para a natureza, diferentes entre si como símbolos de uma almejada qualidade universal.

Posso contar que Árvore “637” – constituída de técnica mista sobre papelão – resultou de gestos quase mecânicos para a busca das imagens e seleção de cores e livre intuição na concepção das formas significadas na insistência e na inexauribilidade de um esforço repetitivo no gesto e singulares entre si quanto aos resultados exibidos.

Posso afirmar que Árvore “637” - que é uma coleção com 637 técnicas mistas sobre papelão – é poesia emanada e mantém a integridade de uma floresta enquanto agregada dentro da arca, regendo a vida com valores inimagináveis de uma única árvore quando particularizada e vista uma por uma.

Posso enganar a mim mesmo ao conceber Árvore “637” - através de poder imaginariamente constituído – como uma imensa e indivisível floresta, personificar-me em leão que destina seus esforços a certeza de seu propósito quando na busca de seu alimento espiritual. Como macho, o leão encarnado, reinante, se posiciona a favor do vento, espalhando seu cheiro, enquanto fêmea se esgueira por trás das imagens/presas e as concretiza, utilizando suas mãos e seus grandes olhos.
Posso, como criador, oferecer, a quem queira olhar, os sabores inigualáveis de Árvore “637”.

terça-feira, dezembro 20, 2005

CENTÁURO



Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitavam as planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon, rei dos lápitas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe.

Carta de amor



Vou escrever na primeira pessoa, é mais honesto.
Você que me parece muito mais honesta do que eu próprio e nunca me fala na primeira pessoa que você é, sei que me entende. Ao ouvir o seu nome compreendi, rapidamente, seu significado brilhante e aventureiro, mas perante sua especialidade constatei, ao vê-la, que afastou-me das possibilidades e ainda me afasta. Mas eu ainda consigo ler, pois você se reescreve a cada hora, mas eu sei ler. Presenteio-lhe com textos, sempre, meus ou de outrem, incansavelmente. Sabe a razão? Tenho a necessidade de construir imagens, desenhar com fumaça de nuvens. Entrar em seu olhos e ver através do que eles enxergam e pintar, puxar a tinta para lá e para cá, sem descanso, formando nuvens claras. Descobrir através desse ato mago o silogismo de sua premissa, de sua aparência, desse seu eu não perfumado, triste, desprotegido e torturável. Ah! esse seu disfarce para com os próprios encantos, sua doçura para com o mundo, seu viés, mas, mesmo assim, estou em festa.

Desejo não vê-la mais, e sim prová-la. Um desejo que me é oportuno e suscitado por uma leve, tênue e ineficaz sensação de você. Você, esse nome, escondida em um cabelo de moldura em minha lembrança, não que me lembre exatamente deles assim e assim. Os cabelos, os seus com seu nome são, pois, envólucro, acondicionando toda a sua cosmogênese. Estranhamente preciso começar por eles, por suas pontas para reconstruí-la, pois todo seu rosto ainda está vetado para mim, e não se esqueça, por ordens, irrevogáveis, suas. Só quando a reencontro, revejo-a. Foi-me vetado recorda-la. Em uma volta sem cheiro de um lindo nariz obriga-me, você, a escrever enquanto desejo pintar e sentamos por quanto deitar seria de fato lúdico e salutar para nossas almas que choram. Seu corpo nu se mostrando, assim lhe imagino, sua boca, agora sem palavras para disfarçar, é apenas boca que se equilibra aos olhos suavemente fechados. A cama, que não é minha nem sua, acolhe sua figura brilhante de modelo vivo, enquanto meus olhos a queimam, queimam você e tudo que seu nome trás. Minhas mãos se movimentam rapidamente enquanto sua imagem flui solta sobre o suporte ensangüentado com múltiplas cores. Você não quer, mas está lá. Eu não a sinto presente integralmente mas a capto sem piedade confirmando que quando sua gloriosa figura alva aproxima-se de mim, mais se afasta. Quando percebo você já se foi. Uma alegria que é tristeza. Sua tristeza, alias, que me fez guia-la por ruelas e desejar sua mão. Empurrei-a, disfarçadamente em direção ao santuário para que se redimisse de seu estranho pesar. Entramos, fizemos o sinal da cruz e nesse momento silenciei e percebi que, em genuflexo, você emitiria, silenciosa e se esquecendo de mim, uma oração. Um anjo alto, leve, vestido de azul como são as cores de minhas nuvens, com detalhes rocambolescos em vermelho e dourado como sugere seu nome, o seu nome, parou com mãos finas e doces e entendeu que esse seria seu ato, uma prece. Veio saído do fundo do mosteiro, flutuou rápido em nossa direção, encarando-a, lindamente sem que você se desse conta da aparição. Um semblante de jubilo que reluzia muito. Oh, crédula figura. Sem dirigir o olhar a mim que tudo acompanhava com atenção e disfarce com medo de interferir, reverenciou-a e pousou seus lábios sobre os seus pés, que estranhamente estavam, por segundos, descalçados. Foi nesse momento que a quis para as minhas imagens. Você não se ajoelhou. Ele se foi. E eu me confundo com seu olhar disperso.

É, a dona do nome é uma mulher dourada, pois assim é sua relação de estima, seu nome, mas as significâncias de tamanha qualidade são inconscientes desse caráter, alheias a possibilidade que seu nome lhe confere, e lhe entrega, para uma estonteante aptidão, sufragando malícia para experimentar novas sensações. As estrelas em seu redor palpitam a justeza para com o sucesso e uma das mais geniais concepções de espaço que a humanidade produziu através de sua fantasia não manifesta. Nesse limite de compenetração vi povoar-se o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de minhas excêntricas divindades. Superando o meu tempo, você ainda assim se conservou com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. Seus cabelos, ao contrário da primeira vez, estão presentes em minhas lembranças e deles não consigo nenhuma confissão. Como haveria eu de escrever-lhe com esse enorme desejo que insiste e vai privando-a de minhas construídas imagens? Imagens que me surgem em carrossel, em caracol, em turbilhão a partir de um único desejo? Desejo suscitado por uma leve, tênue e ineficaz sensação de você. Você escondida em um cabelo moldura em minha projeção de uma reentrância de sua desavisada orelha, em uma volta sem cheiro de seu lindo nariz. Você me faz escrever enquanto desejo pintar, sentamos por quanto deitar seria de fato e quando sua figura aproxima-se da minha, mais se afasta. Quando percebo você já se foi. Uma alegria que é tristeza. Uma vontade nua em diálogos vestidos.


Verdade, seu nome clama que, sim, há uma festa por aqui!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Oh! querida, relembre.


Querida, tenho uma compreensão bastante diferente da que você acaba de relatar. Não considero um engano passagens que nos são tão valiosas, mesmo que elas não correspondam aos anseios de nosso egoísmo, de nossa avidez. Respeitei o silêncio que se seguiu após alguns desencontros que, de alguma maneira, nos abateram, repetindo um ciclo de nossos íntimos fracassos. Diferentemente de você, creio, e insisto, na validade de nossa vivência e no que há de mais sagrado na obtenção que nos foi proporcionada. Lamento que você apenas lamente e se encha de orgulho ao constatar uma suposta farsa, sentimento que se alinha, repetidamente, em suas ações. Seja qual for seu julgamento sempre respeitarei o bem que me trás sua lembrança. Eu, como artista que sou, que sei que sou, que nunca poderei negar que sou, reitero, ratifico e corroboro todas as artes que te dediquei, mesmo ainda mantendo-as em meu atelier. Como artista, como amante, como prescutador da beleza embutida nos recônditos de seres incondicionais que temos o privilégio e a oportunidade de nos relacionarmos, entendo e apoio o sentido das palavras que você me dirigi hoje. Entranhado nas lembranças que ainda tenho do muito que vivemos, você e eu, está a certeza de que fui, sou e serei sempre um fiel e dedicado amigo. Nada há de lamentável em nós, muito diferentemente dessa afirmação, quando penso ou sinto que existimos, me ilumino.
"Querido, não tenho mais seu telefone, mas tenho o e-mail no computador do trabalho. Assim vou dizer por e-mail que enganos cometemos, mas felizmente nos recuperamos, mesmo de experiências profundamente dolorosas de separações ou de saúde,como foi o meu caso. O que eu não queria deixar de dizer é que na fragilidade confiei em um amigo que penso hoje ser uma tremenda farsa. Ninguém, nem um artista, consegue enganar a todos por todo o tempo. Lamentável.
Querida, pelo que você diz, sem levar em conta as palavras de lingüista, capaz, que você é, parece-me que deixei de fazer algo que me escapa. Gosto de discursar sobre pessoas e coisas, isso é inerente a mim. Sei que não sou bom para compreender anseios, desejos ou retribuir nuances, mas sei também que realizo coisas concretas. No tocante ao trabalho que realizo, construí várias obras especialmente para você: esculturas em mármore, uma em apresentação nos novos trabalhos nos EUA, uma exposiçao com seleção de peças só suas em evento em Tóquio, uma grande peça em vidro produzida sob o calor de 40C do verão europeu na boca dos fornos da mais tradicional manufatura de vidro de Murano, ilha vizinha à Veneza, você sabe, esteve lá e disse: "formosa Itália". Uma grande tela pintada em acrílica, imitando o inimitável Otávio Araujo (um atrevimento), com motivos da renascença para evocar forças para sua proteção, uma coleção de técnicas mistas, gravuras em metal no estilo maneira negra - bem a seu gosto - as quais lhe ofertei e que com gosto apaixonado lhe ofereci fazendo cena e circunstância certa vez em sua casa, uma série de textos rotativos e minimalistas, muitos pensamentos, alguns colóquios fantásticos entre nós e, infelismente, ouvidos só por mim, e mais alguns objetos metafísicos sem grande importância cósmica, algumas explicações sobre galaxias distantes e de como a poeira das estrelas são importantes na construção do planeta. Feito um mestre vidreiro da Venini, produzi para seu deleite luminárias, lustres, candelabros e castiçais de cristais com a técnica do sopro.Tudo isso guardei e olhando, assim, daqui onde estou sentado, não me parecem apenas discursos. Talves, dentro de uma verdade, você não dê valor para essas coisas, portanto não sei sobre o que você está falando. Mesmo assim vou sempre te querer bem. Aprendi a te conhecer. Pode ser que nunca mais nos falemos ou vejamos, mas o que conta é aquilo, muitas vezes insondável, que sentimos. Ainda há um grande caminho pela frente e não podemos nos antecipar em nossas terrenas e apressadas conclusões, e você, se me permite, tem que saber o mais rápido possível que as pessoas não querem tirar algo que é seu, ninguém conseguira fazer isso, fique tranqüila. Sei que se preocupa, sobremaneira, em ser lesada pelos que a cercam e isso é apenas uma fantasia sua, pois a interferência de seu pai no decorrer de toda a sua vida a estragou, confundiu, minimizou seus valores próprios. Sei que é, e já presenciei, uma pessoa bondosa. Aceite essa sua qualidade, inata, sem rodeios e dirija esse DOM a você mesma. Como diz você: "Melhor assim".
"Querido,não há necessidade e nem desejo de trocar telefones. Não temos que nos falar mais. Infelizmente, como lingüista sei o que é um discurso e o seu é bom. Pela segunda vez em nossos encontros pela vida,você só discursou. Então deixa assim como está. Melhor assim".
I - Vejo que você acredita que eu tenha, em algum momento, faltado com a verdade. Sua bondade é cega, digna, mas inculta e quando dirigida a si própria, ineficaz. Uma bondade de mãe ilusionista, prestidigitadora de seus próprios sentidos. Você me atribui pronome indefinido de pessoas, sou apenas um, um único, um primeiro, Querida, e você sabe. Meu rastro é feito em miríades e entrelaces repletos de incongruências e você, Querida, só consegue constatar dois deles repletos de indignações, os dois mais simples. Refleti um pouco sobre essas suas palavras e constatei que há um pouco de ódio indômito por entre os espaços arejados dos significados que representam. Preste a atenção, Querida: A passagem que menciono traz um hino de louvor entoado por quatro "seres viventes" e por vinte e quatro anciãos, chamado no contexto de "um cântico novo", expressão freqüente nos Salmos. Tanto nos Salmos quanto no Apocalipse, trata-se de um hino que canta novas e gloriosas manifestações da benignidade divina, ou seja, bondade, beneficência e delicadeza, tudo aquilo que você possui naturalmente sem que se tenha dado conta ou perdido pelo caminho de seus desencontros. Suas preocupações a envolvem, mas observe-se o Salmo 33.3: "Cantai-lhe um cântico novo. Tocai bem e com júbilo". Isso lhe fará ver. Estou falando de arte, do sublime, do que é feito sem alarde por mim, e por que não, por você, Querida. Por sua vez, no Salmo 40, Deus livrou o salmista de um terrível poço e de argila pantanosa e pôs em seus lábios um novo cântico para louvar a Deus. Isso é bondade, sua verdadeira bondade, Querida. Aquela para com sigo própria e que deve, sem sombras de dúvidas, espraiar-se, derramar-se para todos os lados, inclusive o meu. Sei que eu pouco importo. Sei, por suas poucas palavras que tanto faz. Sei, também, que não compartilho do que demonstra estar sentindo agora. Não compreendo, e você sabe que não compreendo. Então porque insiste em desabafar? Deveria aproveitar o que eu tenho de melhor para você e, através de sua bondade, me perdoar por aquilo que penso não ter cometido.
II-Você sempre foi uma mulher formosa, fonte de riqueza e felicidade para os olhos que a tiveram. Mulher cornucópia, sinuosa, um grande vaso em forma de chifre, gracioso e instigante, com frutas e flores que dele extravasam profusamente. Mulher portadora, em seu sorriso, de antigos símbolos da fertilidade. Mulher que carrega consigo gestos de riqueza e abundância. Ao refletir sobre essa sua condição, e me lembrar de que você chama minhas reflexões de "seu discurso é mesmo bom" (com pequena doze de sarcasmo), me coloco, admirando, diante de alguns rabiscos que fiz para você e percebo que aspectos prosaicos constrangem e limitam determinados sentimentos. Algumas cores, ou até conjuntos delas, apresentam-se sem sublimidade quando me deixo tocar por suas palavras más. Me coloco em ângulos diferentes, esperançoso, com confiança em coisas boas, apago e acendo luzes para que suas tonalidades tenham outros relevos e assemelho-me a fé, me agito, espero que algo se avive, se insinue. Concluo que essas obras são verdadeiramente suas: indecifráveis, mesmo para mim que as possibilitei. Como alguém pode insuflar idéias, sentimentos, propósitos artísticos em um determinado momento e desfazer todas essas possibilidades logo a seguir. Sim, Querida, tudo se refaz por meio de um sopro.
"Querido, não, pela vida, você só discursou. Então deixa assim como está. Melhor assim".
III-Minha arte não, mas a literatura sim, me possibilita achar o fio de sua magoa. Então, gostaria que me perdoasse pela indignidade. Que me perdoasse por ter sido cruel através de minha distração. Que me perdoasse por ter formulado inverdades nas ações praticadas, mas desconhecidas, nesse imenso contexto onde transitam fluentemente todas as possibilidades de uma ópera.Caso não venha me perdoar e de qualquer maneira, ou conseqüência, quero deixar crível sua existência mítica em meu fazer diário; seu trânsito fabuloso por entre minhas formas e cores; suas legendárias palavras em meu cérebro; seus excessivos silêncios em meus vasos circulatórios; seu ato heróico de viver, infestado de cosmogonia.
"A bondade para comigo mesma inclui perceber quando as pessoas não falam a verdade. E foi este rastro que você deixou por duas vezes. Isto me causa indignação. Desabafei pela bondade que tenho por mim mesma. Era só isto que eu queria. Seu discurso é mesmo bom".

Rosto - no elogio das sombras coloridas


Na hora de ir trabalhar, passar, despercebidamente, diante de semelhantes, malha-se na cabeça pensamentos cortados que não se abalam diante de súplicas. O rosto roga por ser a arma, a apresentação contundente cobre uma superfície, sua imagem, a do rosto, é a que primeiro entra em contato com outros rostos e se prepara com segundos infalíveis de antecedência - ou pelo menos deveria ser assim. Há desavisados para com a mascará transparente, mas, sabemos, sempre, existem homens e mulheres que olham-se sem ter o poder de reconhecimento do mito ou de descobrirem-se sob o sentido da visão: os homens fingem analisar meticulosamente enquanto as mulheres miram sem direcionar o olhar. O rosto se reveste, feito de outro material, a cada segundo em tecidos vivazes com bordas coloridas. Expõe-se combinando filigranas com as atmosferas e aqui não se menciona o hálito que seria reflexões menores para com detalhes do rosto . Pretendem, os rostos, um ornamento entre si, uma cópula. Por isso, é muito importante cuidar para que ele esteja sempre visível e inescrutável. Nesta hora recorremos a todos aqueles fundamentos impenetráveis que contém as máscaras e as rodelas de pepinos sobre os olhos.