sexta-feira, maio 23, 2008


CANTO II

JOVEM, ama.


Onde você está?
Sabe que eu existo;
e que caminho sempre à procura da eterna juventude.

Onde você anda?
Sabe que eu a amo;
e quanto vivo para permanecer na eterna juventude.

Onde você vive?
Sabe que eu estou no agora;
e quase apreendo o estado em eterna juventude.

Onde você goza?
Sabe que eu a imagino;
e creio que esta comigo nesta eterna juventude.


Onde você emudece?
Sabe que eu a amparo;
e espero cantar pra você coisas da eterna juventude.

Onde você chora?
Sabe que eu a vejo;
e sonho que desenho colorido sua eterna juventude.

Onde você ama?
Sabe que eu ando;
e fadigo-me quando apresento a você a eterna juventude.

Onde você está?


)Luiz Carlos Rufo - "Jovem- a filosofia que anda(
foto: Mira Serrer Rufo

quinta-feira, maio 22, 2008

CANTO I
JOVEM encontra marcas

São pequenas pegadas marcadas na pedra
Seus passos deveriam ser lentos
Ele enleva e se desfaz
Pensa que sabe e prossegue
Sente o que toca e esquece
Olha para ver o que exala certos corpos
Imprime com sua delicada presença a imensidão
São pequenos os vestígios que o pé deixa no solo
Seu pretexto indica a possível existência
)Luiz Carlos Rufo - excertos de "JOVEM"(
foto: Mira Serrer Rufo

CANTO IV

"JOVEM"- excerto sobre atar

seus "poemas-observes" sobre JOVEM
aí! que lindo, são poemas!
só os vi agora.
muito obrigada, nem precisa de oferecimentos.
te amo, muito, meu você.
desculpe-me por minha agressividade que é desvairada.
me fez disfarçar para mim mesmo uma pequenina e roliça lágrima.
fez, em um instante, grande aquilo que intui sob o véu de minha pequenez.
você, meu alguém, além de uma das descendentes de mim, é grande e para sempre.
beijos-beijos e muitos mais beijos
deixo que escolha uma pulseira de ATAR.


)Luiz Carlos Rufo - "Jovem- a filosofia que anda - excerto"(
foto: Mira Serrer Rufo

segunda-feira, maio 19, 2008

"breve, lançamento"

"JOVEM-a filosofia que anda"- textos reunidos-Luiz Carlos Rufo

quarta-feira, maio 14, 2008

"Para sempre, Jovem"

"Jovem e o Luar"-do livro-2008-Rufo
"Jovem Caminhante"-do livro-2008-Rufo

"Jovem e o Corpo"-do livro-2008-Rufo

"Jovem e a Música"-do livro-2008-Rufo

"Jovem e o Dragão"-do livro-2008-Rufo

domingo, maio 11, 2008


"Para sempre, Jovem"-do livro-2008-Rufo



sexta-feira, maio 09, 2008

"Para sempre, Jovem"


Vejo um jovem andando
Ele vê estrelas e sente a brisa
Compreende que será jovem para sempre

Vejo que ele canta
Ele se alegra e ri
Será vivo para sempre

Vejo um jovem que olha
Ele é lindo e vê cores
Tem beleza para sempre

Vejo ele por aqui e ali
Ele é sempre assim e reluz
Fará o melhor para sempre

Vejo um jovem que se criou
Ele anda em busca de algo
Sabe que procurará para sempre

Vejo que circula e leva sob o braço seus sonhos
Ele tem força ele é doce
Sabe que é para sempre

)Luiz Carlos Rufo - Coleção "Para sempre" - 2008(

quinta-feira, maio 08, 2008

"O porta-voz"

Ézio ama você! Ézio ama Catarina, você já sabe. Ele, uma pessoa tendendo à indecisão quando seu itinerário é interrompido e precisa, com urgência, optar por predileções importantes. Nessa hora ele não se intimida e recorre aos amigos que mais tem conhecimento das coisas independentemente do fato de ser verdadeiro. Quantas vezes eu quis falar, com expressão de emoções, anunciar em voz alta, deste amor no riso e no choro que me queima por dentro, mas, o mundo quase redondo que sei não quis nem ouvir. Parecia-me perder meu escasso tempo, porém tudo tem a hora e logo alguém parou para ouvir-me. Ouvir de quem suplica que ainda há uma chance para quem vê Catarina. Catarina como uma pequena roda de relógio, cujos dentes são achados pelas espátulas do guidom. Vejo-te como um prenome, uma flor-de-veludo, vítima de olho-grande, um nome próprio da lista de nomes próprios que inventei cantando, espremendo da língua portuguesa, poemas, e de etimologias desconhecidas, essa sua doçura, esse seu perturbador encanto. Catarina! Falo por Ézio e vejo mil carros afogados. Faço de seu amor minhas palavras e vejo suas rodas em lama. Lembro-me que ele me espera e vejo-me preso a tuas ancas que se lhe monto na garupa sem a possibilidade de falar. Penso haver alguns eruditos – sempre os leio - que têm colocado hipóteses de o seu belo nome relacionar-se com Hecaté, deusa pagã da magia e da sensação de deslumbramento. Te amo Catarina, em nome de Ézio – a quem prontamente represento - tanto que turva-me a vista, não importa, sonho com a paz, apenas relembro seus cabelos escorridos de um amarelo branco a esconder-se atrás de suas orelhas levemente abanadas para a frente. Outros associam esse teu santificado nome com o adjetivos gregos como o de katharos que sei cantar como algo significante de pureza e castidade. Rio-me pois não sou eu e sim, Ézio. Sei que assim não o és em abstinências completas dos prazeres de amores, pois já que te conheço e te observei agarrando-se com os pés e as mãos como um fogo em labaredas. No português medieval, o nome era usualmente grafado como Caterina, Catarina! o que teria levado o poeta Camões a inventar o anagrama Natércia para ocultar, para segurar, a verdadeira destinatária dos seus poemas de amor. Assim como Ézio, em conseqüência, Camões amava uma secreta Caterina, Catarina! uma portanto Natércia. Como seria poder largar do feitiço das cores? Como seria poder encontrá-la já que tem um ardor? Tem poderes para produzir um efeito real em mim e fazer-me jogar uma canção para você, qualquer valor de rimas, pois eu não estou dormindo agora, nós não nos efetivamos neste e em nenhum lugar em que me chamas para eu ir sem você. Amanhã vou seguir você Natércia, para onde quer que vá, pois tenho um recado de Ézio. Não me engano pois sei que acaba de voltar do império das noites frescas. Quando te vi você desapareceu entre minhas mãos. Assim não Natércia, assim não! Você pediu que te esquecesse, pois és dura como a flor, fiquei a dormir, mas com um de meus olhos, quase cego em alerta. A lembrança de você espanta meu sono e faz formigar meus pés. Há muito o que caminhar. Há muito a percorrer. Nenhuma delas tantas me satisfaz, uso-as apenas, pois não tenho como satisfazer sua ausência. Reflito sobre o dia em que já te esqueci, odeio os sonhos mortos, as antigas ruas vazias de minhas lembranças. Onde estão os velhos amigos? Onde estão aqueles que conheci? Vejo você, Natércia, em viagem de navio que é seu natural e desejo fazer alguma coisa vir a ser turbilhão, um furacão mágico de proporções aterradoras para traze-la de volta. De volta para esses lençóis estendidos sobre o capim dourado formando curvas em meus sentidos. Sinto que meus segredos estão sendo desvendados por mãos que não me podem sentir, um modo de operar algo em mãos sem aderência, mãos cheias de dedos. Mãos de palmas errantes. Estou pronto para ir te encontrar em qualquer lugar que se refira à natureza , estou pronto para colhe-la e estalar a língua. Estou pronto para vê-la dançar para que me possa abrir os caminhos que levam a você, me abrigar em você com números de dança flexionando os joelhos. Natércia, você não é de ninguém, embora poderá rir sob o sol e girar sobre seus saltos altos, a ninguém seu destino pertence. Você nasceu para fugir dos que participaram da elaboração, você nasceu para correr, pois essa beleza, como um plano, que é só sua, foi castigo. Foi o céu quem lhe deu conseqüências para que estes da terra a aceitem provendo o que vem a ser seu natural. Seu frescor abre caminhos para que todos possam ver quantas são suas barreiras e eu estou aqui apenas para diverti-la. Sua beleza me persegue e eu te acompanho como sombra, não te toco, não te percorro, não podes me afagar, Natércia. Todas essas nuances me passam pela cabeça como anéis de fumaça que sobem, sobem e se alargam em dispersão desenhando no espaço variáveis aleatórias. Minha mente recebe o meu coração, um ato para enganar o que o tempo faz ruínas, arvores secas, caminhos e rios. Minhas botas estão molhadas e não enxergo o caminho. Esqueci-me de Ézio. Vejo-me triste agora, louco por seu amor que penso ser um céu de diamantes. Penso que sua mão acena para mim reverenciando as minhas memórias. Fico livre e consigo ver as montanhas além do mar como arcos de sorte coloridos e presságios ofuscantes, já sou pescador durante a pesca noturna.
Permita-me esquecer-te hoje até amanhã.
)Luiz Carlos Rufo - trecho de "Natércia" - 2008(

quinta-feira, maio 01, 2008

Rosto - No elogio das sombras coloridas

Na hora de ir trabalhar, passar, despercebidamente, diante de semelhantes, malha-se na cabeça pensamentos cortados que não se abalam diante de súplicas. O rosto roga por ser a arma, a apresentação contundente cobre uma superfície, sua imagem, a do rosto, é a que primeiro entra em contato com outros rostos e se prepara com segundos infalíveis de antecedência - ou pelo menos deveria ser assim. Há desavisados para com a mascará transparente, mas, sabemos, sempre, existem homens e mulheres que olham-se sem ter o poder de reconhecimento do mito ou de descobrirem-se sob o sentido da visão: os homens fingem analisar meticulosamente enquanto as mulheres miram sem direcionar o olhar. O rosto se reveste, feito de outro material, a cada segundo em tecidos vivazes com bordas coloridas. Expõe-se combinando filigranas com as atmosferas e aqui não se menciona o hálito que seria reflexão menore para com detalhes do rosto . Pretendem, os rostos, um ornamento entre si, uma cópula. Por isso, é muito importante cuidar para que ele esteja sempre visível e inescrutável. Nesta hora recorremos a todos aqueles fundamentos impenetráveis que contém as máscaras e as rodelas de pepinos sobre os olhos.
)Luiz Carlos Rufo - trecho de "Rosto" - 2005(

pedra

)Luiz Carlos Rufo - escultura - 2008(

"Sereia"

)Luiz Carlos Rufo - pintura - 2008(

"O Guardião"

)Luiz Carlos Rufo - escultura - 2008(

pau

)Luiz Carlos Rufo - preparação - 2008(

"O Tríptico"

)Luiz Carlos Rufo - pintura - 2008(

variante

)Luiz Carlos Rufo - esculturas - 2008(

"Diário de cada dia"

7h14: é hora de despertar. Na apresentação de uma suposta tradução brasileira da obra "Onde Quando", da editora VIA, ele, o autor afirma: "é a invenção de texto a expressão mais delicada da literatura popular. O Homem, pela estrada atraente dos inventos e ladainhas, procura evadir-se das vulgaridades cotidianas, enriquecendo a vida com uma sonhada transcendência". O professor que sempre ouvimos em nós diz, em depoimento ao Museu que Inventamos, do Lugar das Poesias, ter escolhido contar fábulas e lendas como um artista auto-didata porque nenhum povo jamais superou os inventos na arte dos primitivos, na maneira de contar histórias das composições musicais.Contar histórias e na paixão em ouvi-las consiste a nossa frágil existência”.

11h12: um novo café é passado e penso em seus benefícios a longo prazo. Já desenhando penso que o lápis que uso é integrante de uma oficial História do Lápis.
Entre todos os instrumentos para registrar imagens ordinárias, o Lápis é sem dúvida o mais universal, versátil e amoroso, insiste em se reproduzir aos milhões todos os anos, mesmo diante dos assombros de uma era digitalizada. É com o Lápis que devaneio. É com ele que as crianças de todo o mundo se deparam com o inusitado, escrevendo quando deveriam desenhar. Penso ser ele ferramenta indispensável para todos os tipos de conclusões, traçados e caminhos - sobretudo para aquilo que é feito à mão. O Lápis é um produto da longa durabilidade da vida, que exige pouco para continuar vivendo, é, a meu ver, o objeto-filósofo ao qual deveríamos reverenciar.Não é afetado pela ideologia, pela religião ou pela dieta alimentar carnívora de alguns. Muito além escreve e deixa claro sobre sua universalidade. Tem lembranças funestas de quando árvore. Que outra ferramenta imaginaria eu, nesse momento, para acompanha-me?

14h50: despertar de um sono tranqüilo em um quarto confortável é um facilitador para os sonhos que se prescutará, que se comparará aos desejos, as preferências, as pequenas fraquezas descritas com sensualidade e erotismo depois em manuais e guias. Viro meu colchão regularmente, elimino desníveis e rangidos, procuro umidades e caroços, tenho lençóis e fronhas confortáveis, tudo isso para lembrar-me com regularidade suficiente que devo despertar para permitir que a filosofia não durma e venha celere a me acompanhar. Alerto para que se não construa preocupações sobre a ira dos seres animados, sobre perder a hora que passa, sobre vigiar a temperatura como fator necessário necessário para se ter que sublinhar a característica básica do “ser homem”,.
18h13 – nada, absolutamente nada!

22h47: uma entrevista sobre o trabalho que se diz arte, para fazer perceber o quanto a palavra dita expressa o contrário do que se observa. Ah! vejo um autêntico Gauguin, o pintor francês que usou largas camadas de cores, para esquecer.
)Luiz Carlos Rufo - Ateliê Arauto(

hora-da-estrela

)Luiz Carlos Rufo - prato - 2008(

"Sinfonias"

)Luiz Carlos Rufo - aquarelas - 2008(

"Circularidades"

)Luiz Carlos Rufo - aquarelas - 2008(

"Sacralidades"


)Luiz Carlos Rufo - aquarelas - 2008(

"Santidades"

)Luiz Carlos Rufo - aquarelas - 2008(

gostoso

)Luiz Carlos Rufo - lápis sobre papel - 2008

planeta RHINOCERUS


)Luiz Carlos Rufo - técnica mista - 2008(

sobre preto

)Luiz Carlos Rufo - gravados - 2008(

ROSA 70

ilustríssima senhora Rosa da Rocha Rufo

barroquinho Arauto


ALPACA

)Luiz Carlos Rufo - gravados - 2008(

Estréia na Noite


)Luiz Carlos Rufo - aquarela - 2008(

quanto tempo não te vejo

)Luiz Carlos Rufo - aquarela - 2008(

mostra-me em cores diferentes

)Luiz Carlos Rufo - aquarela - 2008(

Permissão

)Luiz Carlos Rufo - aquarela - 2008(

temporariamente


)Luiz Carlos Rufo - aquarelas - 2008(

Pedro, o Pescador

)Luiz Carlos Rufo - aquarelas - 2008(

aos incontáveis caminhos


)Luiz Carlos Rufo - pinturas / 2008(